segunda-feira, 15 de novembro de 2010

F E L I C I D A D E R E A L I S T A

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados; queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados; queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo; queremos sexo selvagem e diário; queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas. Trabalhar sem almejar o estrelato. Amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar!
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá de entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

(Mário Quintana)

domingo, 7 de novembro de 2010

E em época de vestibular...

Uma vez ou outra (ou não) a vida aplica uns testes na gente. E, assim como no vestibular (pegando a deixa), vencem os melhores. Aqueles que sabem tratar os problemas da mesma maneira que tratam as alegrias; aqueles que sabem a hora certa de enfiar o pé no acelerador, mas sabem mais ainda a hora de puxar o freio de mão e desligar o carro; aqueles que sabem quando devem gritar, mas não esquecem que também precisamos nos calar; aqueles que falam, esperneiam quando estão cheios de razão, e fazem a mesma coisa quando estão errados, mas pedindo perdão; aqueles que erram, metem os pés pelas mãos, e continuam persistindo no erro, mas são capazes de assumir todos os deslizes com a cabeça erguida; aqueles que lutam pelo o que sonham na vida, e não param no primeiro obstáculo.
Sexta uma amiga me disse que qualquer tipo de relacionamento, inclusive uma amizade, se torna mais forte na medida que enfrentam dificuldades e se erguem logo após. Eu concordei em parte. Acho que o que fortalece são as razões pelas quais as pessoas envolvidas resolvem tentar de novo.
Quando achamos no meio dos cacos um pedaço que mesmo partido ainda está lindo, e parece ser perfeito, isso nos faz ter força pra catar cada caquinho e colar. E quando não tem mais jeito, quando se perde um pedacinho, vale mais a pena jogar tudo fora e montar um novo. Porque existem coisas que ficam melhor no seu lugar. Se nós mudamos de bairro, de casa, por que continuar com a mesma mobília?
Hoje eu vi em um seriado um dos personagens perguntar a futura esposa o que eles deveriam fazer com o passado deles, porque ele achava que o passado impedia eles dois de seguir em frente. E ela respondeu que deveriam jogar tudo fora, e viver tudo novo que a vida estava oferecendo a eles. E eu percebi que é exatamente isso mesmo que acontece. A gente só da um novo passo quando enterra o passado. Lógico que um futuro sem um passado é totalmente vazio, mas viver a base dos erros passados é perda de tempo, literalmente.
Há críticas, pitacos, dor... Mas infelizmente não podemos sempre estar felizes, algumas vezes na vida nós sofremos, são exatamente os testes que a vida nos dá. E nessas horas temos que provar que somos melhores e passar por cima com um sorriso lindo na boca. Afinal, a cada escolha que fazemos sempre vai existir um caminho que nós resolvemos não seguir. Isso já causou dor em mim, e as minhas escolhas já causaram dores em outras pessoas e por ai vai. E infelizmente a vida é assim. A gente tem que optar pelo que achamos melhor pra gente. E cada um é que decide o que é melhor pra si.
Eu segui o meu caminho. Irônicamente, foi um velha estrada de barro... Mas a prefeitura fez uma reforma e ela ta novinha em folha. Asfaltada, com calçada, casas, energia e tudo que tem direito. E olhar essa nova estrada me faz tão bem, mas tão bem que eu mal lembro que antes ela era toda feia.
Devemos ser assim. Sempre que escolhermos um caminho fazer dele o melhor, sem nem olhar pra trás e se perguntar algo.
Viver feliz é o que vale. Se alguém achar ruim? Manda tomar no cú! Não é amigo o suficiente pra olhar nos teus olhos e ver tua felicidade estampada.
Nos testes que a vida me deu eu fui muito bem. Soube responder na hora certa, pensar quando estava em dúvida, chutar quando não fazia ideia de qual seria a resposta... Posso não ter fechado as provas, mas assim como no vestibular, eu fiquei entre as melhores, e fui aprovada. ; )